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Quantos detalhes a fotografia pode ter?

Quando fotografamos o céu noturno usamos um técnica de fotografia chamada de longa exposição.

A captura de luz para compor um fotografia depende basicamente de três fatores: sensibilidade do sensor (ISO), diafragma (abertura) e obturador (tempo de exposição). Esses três paramentos controlam a quantidade de luz que será recebida em um sensor para gerarmos uma imagem.

Quando fotografamos a luz do dia, a quantidade de luz solar é alta, então o fotômetro entende que precisamos de uma exposição rápida do sensor, o diafragma trabalhará com aberturas menores e a sensibilidade do sensor será baixa permitindo que a quantidade adequada de luz sensibilize o sensor para que tenhamos uma fotografia com quantidade de luz equilibrada.

Na fotografia noturno ou de longa exposição os parâmetros mudam, mais a quantidade de luz é menor ou quase ausente.


Na astrofotografia usamos a técnica de longa exposição, pois muitas vezes o única luz que percebemos é o brilho das estrelas, por isso, precisamos usar salgadas doses de ISO elevados, diafragma totalmente aberto e exposições longas, ou seja, o obturador fica exposto por um longo tempo para receber a maior quantidade de informação luminosa possível, gerando assim belas fotografias do céu noturno, revelando detalhes que nossos olhos não enxergam.

Fotografia: Diego de Bastiani

A fotografia acima, mostra uma parte do céu do quadrante Sul e registrada no interior de Chapecó/SC no dia 06 de fevereiro às 20 horas e 46 minutos. Foi usada uma câmara Canon 5D Mark III, uma lente Sigma 24-70mm fixa a um tripé. Nessa imagem o sensor ficou recebendo a luz das estrelas por 20 segundos, a sensibilidade do sensor foi de ISO 1600 e diafragma f/2.8. O disparo foi feito por controle remoto para não balançar a câmera
É possível perceber muitos detalhes, como aglomerados de estrelas, nebulosas e galáxias.


Vamos aos detalhes

Vamos aos detalhes da fotografia:

(1) Aglomerado Globular 47 Tucanae: Esse aglomerado está situado cerca de 16700 anos-luz de distância da Terra;

(2) Pequena Nuvem de Magalhães: É uma galáxia anã irregular próxima a Via-Láctea com aproximadamente 7000 anos-luz de diâmetro;

(3) Sigma Octantis: é a estrela polar do hemisfério Sul, ela está mais próxima do polo celeste sul onde passa o eixo imaginário de rotação da Terra;

(4) Achernar: Estrela alfa da constelação Eridano. É a oitava estrela mais brilhante do céu;

(5) Nebulosa da Tarântula (NGC 2070): é uma região de formação estelar localizado na Grande Nuvem de Magalhães, seu diâmetro é de 650 anos-luz e está distante a 160 mil anos-luz de distância da Terra;

(6) Grande Nuvem de Magalhães: também é uma galáxia anã irregular próxima a Via-Láctea distante 158.200 anos-luz e com aproximadamente 14000 anos-luz de diâmetro;


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(7) Aglomerado aberto NGC 2516;

(8) Canopus: Estrela Alfa da constelação Carina. É a segunda estrela mais brilhante do céu e está distante 310 anos-luz da Terra;

(9) Região de Eta-Carinae;

(S) quatro satelites artificias foram registrados nos 20 segundos de exposição.

Constelações

Nessa imagem podemos perceber (parcialmente ou totalmente) 13 constelações: Vela, Popa, Carina, Pintor, Dourado, Retículo, Relógio, Eridano, Peixe Voador, Mensa, Hidra Macho, Camaleão, Tucano e Oitante.

Astronomia observacional ao seu alcance!

Está publicação faz parte do projeto “Astronomia observacional ao seu alcance!” Conheça mais sobre o projeto aqui.

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